domingo, 26 de janeiro de 2014

Trovão

O trovão cala a
voz
de todos

É um aceno
(aceso
com a luz do raio)
sonoro
e inevitável

No trovão
Deus nos
avisa:

o céu
também
é
caos

sábado, 11 de janeiro de 2014

a flecha
do tempo

disparada pelo
anjo

alvejou
o coração
do tigre

sangra
uma saudade
seca
nas estrelas
apagadas
que habitam
o céu
de minha
boca

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Enigma

Brilha um insulto
no clarão do seu olhar
e sua boca se mantém
           i m ó v e l

O beijo inexistente
abre meu peito
em chagas cobertas
de folhas secas
e vazios

e um ninho de pássaros
brota de minhas costas
pássaros alçam voo
para o céu mais desejado:
o do esquecimento






sábado, 4 de janeiro de 2014

O olho cego da coruja

A coruja
observa
(noturnamente)
a existência
com seu olhar
de lâmina

Tal qual a ave
percebo a vida
no escuro
de dias ensolarados

Porque é na lua
que verte o branco
em prata
que bronzeio
meu coração
farto de dia
vivo de noite