E agora é o momento
de deixar voltar para que fique
ou que
de repente
Algum farelo de razão explique
que espécie de demônio (ou deus)
se apossa de mim
quando tudo que vem de ti
transforma e ressuscita
o morto que em mim
habitava
ou melhor
que parte de mim só vive
(ou vive só)
quando você me aparece.
Me mate a sede desse destino
que parece se tracejar apenas
com o voo da ave que gorjeia
no pântano escuro das incertezas.
sábado, 23 de fevereiro de 2013
Ensaio sobre o pensamento
As imagens que habitam minha cabeça, de forma totalmente desordenada, é que mapeiam as minhas vontades. Se penso numa palavra, busco rapidamente uma imagem que lhe constitua sentido. O contrário também ocorre, mas de modo impreciso. Às vezes uma imagem não precisa de palavra alguma para lhe dar cores, formas e até o cheiro imaginário que elabora.
Até mesmo a palavra imaginação. Perceba que pode ser atribuída livremente à "imagem + ação", onde o indivíduo é o arquiteto de sua própria fantasia.
Somos preparados para pensar por imagens, e as palavras, ainda que bem empregadas, não atingem com totalidade, a forma daquilo que se pensa ou pesa. Vai ver que a vontade da palavra é se casar com a imagem. Ou vice-versa.
Até mesmo a palavra imaginação. Perceba que pode ser atribuída livremente à "imagem + ação", onde o indivíduo é o arquiteto de sua própria fantasia.
Somos preparados para pensar por imagens, e as palavras, ainda que bem empregadas, não atingem com totalidade, a forma daquilo que se pensa ou pesa. Vai ver que a vontade da palavra é se casar com a imagem. Ou vice-versa.
Vermelho
Vermelho
é o espelho
narcisista
do sangue
Sua unha é vermelha
Sua boca é vermelha
O branco de seu sorriso
é vermelho.
A ferida
que fica
no corpo
é vermelha.
A saudade é vermelha.
As minhas preces são vermelhas
E até o meu silêncio é vermelho.
Vermelho é o barulho
do seu coração
que bate em mim
quando o azul
entristecido
Insiste em te levar.
é o espelho
narcisista
do sangue
Sua unha é vermelha
Sua boca é vermelha
O branco de seu sorriso
é vermelho.
A ferida
que fica
no corpo
é vermelha.
A saudade é vermelha.
As minhas preces são vermelhas
E até o meu silêncio é vermelho.
Vermelho é o barulho
do seu coração
que bate em mim
quando o azul
entristecido
Insiste em te levar.
Pedra que pesa
Pai
é o seu silêncio
que ecoa em nossa
insônia
É a sólida
e firme rocha
de sua ausência
que nos faz perceber que
o canto dos pássaros
já não soam mais
musicais
Contudo
não deixo escapar
aquela saudade verde
que vem disfarçada
nas árvores que você
plantou um dia
e que
certamente
viverão mais que nós
é o seu silêncio
que ecoa em nossa
insônia
É a sólida
e firme rocha
de sua ausência
que nos faz perceber que
o canto dos pássaros
já não soam mais
musicais
Contudo
não deixo escapar
aquela saudade verde
que vem disfarçada
nas árvores que você
plantou um dia
e que
certamente
viverão mais que nós
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